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Dra. Tielle Machado

REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE SOBRE MICROBIOTA INTESTINAL E AUTISMO



"Pesquisadores confirmam que autistas apresentam uma maior disbiose intestinal que impacta não apenas nas comorbidades gastrointestinais, mas também na intensidade da sintomatologia autística e sua relação com a severidade dos sintomas do autismo."

O intestino se conecta com o cérebro e mais uma vez a ciência mostra que a composição da microbita intestinal é um elemento chave para desenvolvimento de problemas no trato gastrointestinal e também para transtornos fora do trato gastrointestinal como o autismo.


Sim, mais uma Revisão Sistemática e Metanálise evidencia que temos uma via de ligação direta representada pelo Sistema Nervoso Entérico (representado ativamente pelo X par craniano, o nervo vago).





Mas o intestino também pode influenciar o cérebro indiretamente através do sistema imunológico (70% a 80% do seu sistema imune está no intestino), endócrino (uma via que cruz o intestino: eixo HPA: Hipotálamo - Pituitária - Adrenais) e todos esses eixos ainda se relacionando com a MICROBIOTA INTESTINAL.


Essa metanálise conclui que crianças e adolescentes autistas possuem um perfil “disbiótico” na microbiota:


* Aumento de bactérias que podem causar danos ao intestino e AO CÉREBRO com a produção de citocinas inflamatórias e de resposta imunológica, como o IFN-gamma


* Diminuição de bactérias “protetoras” no intestino, aumentando a vulnerabilidade da microbiota intestinal


* Aumento de bactérias patogênicas, como Clostridium, que está associado ao aumento na produção de neurotoxinas (envolvidas inclusive com a piora dos movimentos repetitivos), diminuição de ácidos graxos de cadeia curta (favorecendo mais disbiose e inflamação)


* Aumento da produção de ácido propiônico (PPA, altamente agressivo ao sistema nervoso) e está relacionado com desordens do comportamento


* Diminuição de bactérias “protetoras”, como bífidobactérias (relacionadas com a produção de GABA: há a diminuição de GABA e aumento do glutamato, havendo uma tendência a excitação neurológica e neuroinflamação)


* Alteração no metabolismo do triptofano e assim da serotonina, neurotransmissor que participa da regulação do apetite, sono, emoções, funções cognitivas e habilidades sociais.


De acordo com os achados clínicos, os pesquisadores sugerem que a inflamação e disfunção imunológica mediada pelo perfil da microbiota é um elemento chave nos problemas do trato gastrointestinal e também estão envolvidos na fisiopatologia no surgimento de sintomas associados à piora da qualidade de vida das pessoas autistas.


Em torno de 90% das crianças autistas possuem algum transtorno no trato gastrointestinal, sendo urgente no momento do diagnóstico e manejo de conduta que perfis disbióticos sejam identificados e devidamente tratado.


Como? Principalmente através da intervenção nutricional, popularmente conhecido como “dieta” individualizada.


Sds,

Dra Tielle Machado

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📚 REFERÊNCIAS:

Composition of Gut Microbiota in Children with Autism Spectrum Disorder: A Systematic Review and Meta-Analysis.

Nutrients 2020 Mar 17;12(3):792. doi: 10.3390/nu12030792


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